Porque é ali que me estou em essência, que sou mais eu em corpo, alma, mente, espírito e energia. Ali sou completa. A plenitude que eu sempre quis que você conhecesse. A gente é mais do que essas fotos de peitudas e vestidos colados, sabe? A gente é aquilo que a gente expressa, que a gente simplesmente é, quando simplesmente sente. E isso tudo é muito especial e você tinha de fazer parte.
E você já foi muitos. Você já esteve em vários momentos. E você já foi de fato, nunca foi ninguém, nunca esteve lá e já esteve também. Você nunca quis saber, você já me perguntou, você já me viu. Já foi mais velho, mais novo, mais alto, mais baixo, moreno, de olhos claros... E na única vez que eu realmente tive "você" lá, "ele" não estava de fato lá comigo. Estava consigo mesmo. Minha ânsia por dividir o instante de encantamento se petrificou. Não, "você" não me recebeu com carinho, não fez seu comentário, não perguntou o que senti. Limitou-se a queixar-se. Por isso, "você" é "ele".
Já faz 20 anos, completados neste transformador 2014, que você nunca está lá. Te esperei de novo neste final de semana. Tocava a trilha de Amélie Poulain e virei o olhar para a janelinha. Ninguém no vidro. Ninguém para me descobrir. Ninguém nos degraus. A música tomou conta de mim. Teimo em não aceitar que faço isso só por mim. Afinal, você sempre esteve ali.
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