terça-feira, 15 de dezembro de 2015

All that you can't say

Desculpe te incomodar, mas acho que só você seria capaz.
Olha, desculpe por aparecer de novo, mas é só você quem saberia.
Desculpe outra vez, mas se trata de uma questão em que só você pode ajudar.
Perdoe a perturbação, mas você há de entender que não havia outra saída.
Desculpe novamente, mas era estritamente necessário.
Mil perdões, mas eu não conseguia dormir enquanto não fizesse isso.
Me desculpe, mas era preciso.
Perdoe-me, foi por acaso.
Desculpe, mas acho que liguei por engano.
Desculpas por aborrecer, mas é um caso muito sério.
Perdoe-me a inconveniência, mas não pude evitar.
Um milhão de desculpas, mas eu não consegui.
Desculpe-me, mas não consigo desculpar nem a mim, nem a você.
E sigo assim, sem desculpa pra te ver.

domingo, 15 de novembro de 2015

Já faz alguns anos, mas ainda tenho vívidos comigo seu toque, suas roupas, seu jeito, suas piadas e sua voz. É uma certeza moribunda de que haverá uma nova chance; uma esperança displicente onde só deveria haver indiferença; uma súplica, negação à desesperança. É um iludir-se conscientemente para evitar a crueza dos fatos.

No fundo, é só a ti que eu espero, é só a ti que eu quero. A realidade é que supera-se a mágoa, o momento, mas não supera-se o ciclo inconcluído, escancarado. Não sei de quem a vida vai cobrar, se de mim ou se de ti. Não sei se os presságios são apenas truques de uma esperança intransigente, mas enquanto eles existirem, só me resta acreditar.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ode to nothing-happening everyday

- Are you leaving?
- No, I'm not.
- Phew! I thought that you were leaving.
- So, you want me to stay?
- Yes.
- But you never told me that.
- Well, I tried. I always try. But then I grasp, I mute, I give up. Always give up. And I always try before you leave. (Feeling frustrated).
- I'm staying.
- I feel more comfortable now. Not that it changes something.
- So why do you want me to stay?
- Because I want the chance for something to happen.
- I can't know.
- I've learned that, if you don't know, then it won't. (feeling frustrated)
- I'm not leaving.
- I am.


segunda-feira, 23 de março de 2015

The fault is NOT on the stars

Decidi assistir o filme ao qual me recusava - afinal, não sou obrigada a chorar sem motivo aparente. Sim,eu sou sentimental e choro com filmes - apenas para poder concordar ou refutar a teoria de uma amiga.

A culpa não é das estrelas. A culpa é nossa.

De fato, ela tinha razão. Por que é preciso que estejamos em situação de fragilidade para que achemos justificável amar e expôr nossos sentimentos? Por que é preciso estar numa situação limite para dar ao direito, para experimentar, para tentar, para buscar ser feliz por um pequeno infinito?

Assim como você, eu quero, mas não sei fazer isso. E, às vezes, a culpa não é realmente nossa. Nem sempre escolhemos quem quer estar com a gente, quem vai recusar a sua companhia, quem vai tentar, quem não vai se dar ao trabalho e te julgar de antemão. Mas a culpa é de cada um de nós, de bloquearmos as coisas nobres e dar importância de mais às dificuldades. Em termos medo de testar, em termos medo da exposição.

Não é apenas a dor que precisa ser sentida. Que nossas escolhas possam ser não apenas por quem vai nos ferir, mas também quem vai nos amar. Sutilmente. Abertamente.

Que possamos sempre estar lá, como o amigo cego. E possamos sempre demonstrar. E sentir e tentar. Sem sermos julgados, sem sentir vergonha. E que possamos fazer isso, além de nosso orgulho tosco, que nos mantém encerrados dentro de nós mesmo.


(Sim, eu chorei demais. E sim, o Gus é lindo.)


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

E o feriado acabou. Eu esperava que o feriado começaasse, para não pensar em nada. Mas esperava também que ele terminasse para ver restabelecer a ordem, o reencontro com a minha rotina, onde você tinha o seu lugar. Era o que aguardava ao regresso. Mas esqueci! Você já não faz mas parte disso.

A Step You Can't Take Back.