quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O que há com a auto-ajuda?

Ouço com frequência um certo desdém, um certo preconceito com a literatura de auto-ajuda, vinda principalmente de um grupo que se julga um tanto intelectual demais para ceder a essas "bobagens", ou talvez um tanto "bem-resolvido demais" para admitir que, em sua natureza humana, todos precisam de um auxílio vez ou outra e que são todos um bando de mal-acabados; o "resolver-se" está sempre no meio do caminho...

Talvez, o grande preconceito esteja exatamente aí: em admitir as próprias mazelas, o próprio sofrimento, o medo de dar vazão àquilo que tanto se tenta deixar debaixo do tapete. Daquilo que nos faz humanos e desfaz os heróis - é o amor pela Mary Jane que faz Spider Man vacilar. E andar com um livro debaixo do braço, cuja capa faz denunciar sua sensibilidade não é coisa para gaúchos, tampouco para marxistas; perdoem-me os estereótipos.

Penso que, se nos submetêssemos mais a este tipo de leitura, de exposição a nós mesmos, teríamos menos preconceitos e menos barreiras na sociedade. Entender a si mesmo é a chave para uma convivência mais harmônica. Mas é justamente a resistência de uma (grande) parcela, que prefere não enxergar problemas em si mesmo, que prefere não admitir suas imperfeições e a falta de coragem para se deparar com elas e corrigí-las, que mantém petrificados alguns pensamentos. Que perpetua os nós nas relações, que ergue barreira e que não enxerga a vida em sua unidade...

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