2012 foi fragmentado. Para uma dessas pessoas que criam raízes, como eu sou, trocar de emprego três vezes soa como mácula - mesmo que as trocas tenham sido sempre pra melhor e mesmo que a "troca" esteja "na moda". Mas fazê-las exigiu de mim muito esforço, muita coragem psíquica, revisão e reavaliação dos meus conceitos e longas brigas morais comigo mesma. Pode parecer bobagem, mas o stress me rendeu uma inédita dor no ciático - ok, eu tenho 29. Mas o que mexia comigo mesmo era a natureza das trocas, praticamente duas trocas de "profissão". Soava para meus ouvidos como jogar a tolhar, abrir mão do que eu tinha construído e viver em eterna nostalgia, para, quatro meses atrás, ver resgatado tudo o que achei que poderia estar perdido.
Apesar do stress interno - vocês nao imaginam a canseira e a trabalheira que cada troca de rumos dá numa pessoa. Os neurônios ficam em polvorosa, as emoções oscilantes feito o clima de SP - aprendi DEMAIS. Aprendi a aceitar. Conheci o mundo corporativo. Conheci gente brilhante; conheci gente interessante e conheci o que há de pior no ser humano - intencional ou inconscientemente. Acredite, se você vive exclusivamente numa redação e acha que vê muito do mundo por conta das matérias que faz, você está profundamente enganado. Pare de criticar o capitalismo selvagem, tenha coragem de botar em xeque suas próprias ideologias. É menos piegas, dá mais trabalho, mas pode iluminar mais o seu caminho. Todo mundo tem uma certeza e uma verdade; o mundo é mais cruel e mais cru, menos utópico. 2012 foi o ano do pragmatismo, em contraponto a uma Pamela sempre com a cabeça nas nuvens e pé no chão.
Se há algo de maior a extrair de cada "parto", foi o contato com as pessoas. Para muito além da natureza de cada atividade, o que a gente aprende mesmo está na troca com as pessoas (reparam quantas vezes a palavra "troca"? Não é má redação, só uma figura de linguagem). É no convívio com elas que você aprende a se defender, a se posicionar, a chorar-para-mamar, a não ser molenga, mas a manter sempre, sempre mesmo a ternura, o lado humano. Por mais dura que possa parecer a situação. Como já disse, todo mundo tem uma verdade e um sentimento a ser considerado.
Dos 361 dias que passaram, formo algumas imagens no inconsciente: um band-aid numa ferida curada, alguns rostos. Trouxe grandes amigos dessa aventura, como os quatro que deveria ter encontrado hoje (sorry guys, still love you! S2), o ex-chefe, mas sempre e mentor e amigo; a colega de trabalho promovida a amizade anywhere-anytime, a ex-parceria de mesa e noiva do ano de 2013. E aqueles que entraram na minha vida recentemente: sinto que a Padrão ainda tem muito o que mostrar. Fiz muitas parcerias em 2012.
De 2011 para 2012, ficou a mesma certeza, embebida em enredo diferente: o mais importante (e interessante!) é quem a gente conhece no meio desse caminho desconhecido....
Time
Don't let it slip away
Raise yo' drinkin' glass
Here's to yesterday
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