sábado, 6 de fevereiro de 2016

Fevereiro

Pior do que um amor que não sobrevive à quarta-feira de cinzas é o folião que vive eternamente na quaresma, sem deixar-se renascer na Páscoa. Aquele que nunca mais permitiu-se entrar na avenida porque sofre de uma ressaca mal curada, que esqueceu o samba e a terça-feira e afogou-se nas cinzas de antes de antes do meio-dia. Escorregou no frevo e esqueceu o trio elétrico. Desistiu de acompanhar o bloco e não ouve mais o axé que insiste em tocar em sua porta. Deixou de admirar a madrinha de bateria e nunca mais quis ser destaque de carro alegórico.

A quarta-feira de cinzas sempre vem e o melhor a fazer é recolher a fantasia e guardar as plumas para um novo Carnaval. Criar uma nova alegoria e enchê-la de brilho. Um novo Carnaval sempre vem, meu irmão. Só não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar. Deixe o batuque invadir sua alma e arrisque o ziriguidum. Pode ser preciso algum rebolation, mas olha - vai ser maravilhoso quando seu coração retumbar junto com a bateria outra vez. Nessa passarela, eu serei então a porta-estandarte.



Nem cinco minutos guardados




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